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AGROPECUÁRIA

Agropecuária consiste na exploração do espaço rural por meio do plantio e da criação de animais de corte em larga escala. É uma atividade ligada ao setor primário da economia, destinada ao mercado interno e externo e que representa peso decisivo na balança comercial do país.

O Brasil, desde 2010, é o terceiro maior produtor e exportador agrícola do mundo, atrás dos Estados Unidos e a União Europeia. No entanto, diferentemente desses dois territórios, a capacidade de crescimento e a perspectiva nacional em relação a um futuro de médio prazo são grandes, de modo que o país poderá apresentar maiores crescimentos nos próximos anos.

Dois principais fatores estão associados ao crescimento da atuação agropecuária do Brasil no mercado externo: a mecanização do campo, vivenciada no país a partir da segunda metade do século XX, e a expansão da fronteira agrícola para o interior do território ao longo do mesmo período. Assim, elevou-se a produtividade nas áreas produzidas, bem como as áreas cultivadas, embora muitas áreas de expansão apresentem modelos tradicionais, uso extensivo da terra e baixa produtividade.

Os principais produtos agropecuários do Brasil são: cana-de-açúcar, café, laranja, soja, fumo, carne bovina e milho.





Agronegócio:

O agronegócio liga a produção à industrialização e comercialização dos produtos. Esse processo é conhecido como cadeia produtiva. O Brasil é um dos países que mais dependem dessa atividade econômica. Hoje, o agronegócio corresponde a quase 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Latifúndio:

Quando uma só pessoa possui um grande número de terras, é denominado latifundiário, porque é proprietário de um latifúndio. Em geral, os latifúndios estão voltados quase exclusivamente para a produção de exportação e muito pouco do que é produzido permanece no país.

Para manter a produção em alta é necessário investir em técnicas que garantam a redução de perdas, produtos de maior resistência e maior produtividade. Por este motivo, são aplicadas grandes quantidades de agrotóxicos, além dos investimentos em alimentos transgênicos.

Minifúndio:

Os minifúndios são pequenas propriedades que estão sob o controle de um número maior de pessoas. É nesses locais em que estão concentradas as produções dos insumos mais comuns à mesa dos alimentos, como cereais, verduras e frutas.

Em geral, a produção dos minifúndios é orgânica. Ou seja, não se utilizam agrotóxicos ou são de menor poder de agressividade.



A Revolução Verde:

A expressão “Revolução Verde” é empregada para designar o processo de transformação na agricultura em escala global que se deu por meio do desenvolvimento e incorporação de novos meios tecnológicos na produção. Esse fenômeno teve início na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1960 e 1970.

Teve como base as sementes geneticamente modificadas, os maquinários agrícolas e os insumos químicos, como fertilizantes e agrotóxicos. No Brasil, a incorporação técnica foi feita por meio de incentivos governamentais concomitantemente à expansão das fronteiras agrícolas para as regiões de Cerrado.

O propósito da Revolução Verde era, inicialmente, o aumento da produção de alimentos em escala mundial como forma de garantia de segurança alimentar. Embora tenha se registrado ganhos produtivos em diversos países, a Revolução Verde trouxe consigo consequências para os pequenos produtores, para o ordenamento do território e para o meio ambiente.

Vantagens da Revolução Verde:

- Ganho de eficácia na produção agrícola, que suscitou o aumento de produtividade em diversas lavouras, com destaque para os cereais e para os grãos, como a soja e o milho.

- Por intermédio do melhoramento genético e do desenvolvimento de fertilizantes e técnicas de preparo do solo, foi possível adaptar os cultivos a condições climáticas e solos diversos, como o caso da soja nos Cerrados.

- Avanço nas pesquisas e no incremento tecnológico proporcionado pelos trabalhos derivados da Revolução Verde.

Desvantagens da Revolução Verde:

- Expulsão de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo, devido ao aumento dos custos relativos para a produção, por conta da concorrência com grandes proprietários e grandes empresas.

- As novas técnicas incorporadas ao campo exigiram, ademais, maior qualificação profissional, o que acabou por colocar muitos trabalhadores menos qualificados em situação de desemprego.

- Os insumos agrícolas utilizados no preparo do solo e manutenção das culturas, como fertilizantes e agrotóxicos, são extremamente prejudiciais à saúde humana. Em se tratando do meio ambiente, o emprego desses elementos ocasiona a poluição dos solos e de corpos hídricos.

- Ademais, a intensificação do uso do solo e o modelo monocultor podem levar ao esgotamento de nutrientes e danos à sua estrutura.




Reforma Agrária:

Reforma agrária é a redistribuição fundiária (agrária ou de terras) em um Estado. Quando há a concentração de terras nas mãos de uma pessoa ou poucas pessoas, ocorre a formação dos latifúndios, o que faz com que a terra não tenha seu valor social cumprido e acarretam a desigualdade social ao servirem apenas como fonte de enriquecimento para especuladores de imóveis.


A reforma agrária visa, em sua essência, a uma distribuição fundiária mais justa que contemple os agricultores menores e menos poderosos, que, em geral, praticam a agricultura e a pecuária familiar.

Quando a reforma é bem planejada, estruturada e executada, os benefícios podem ser notados pela população. Entretanto, uma reforma agrária mal estruturada pode resultar na perpetuação, e até no acirramento da desigualdade social, quando cria mecanismos que não permitem a aquisição de pequenas propriedades por parte dos pequenos produtores agrícolas.




Expansão da Fronteira Agrícola:

Fronteira Agrícola é uma expressão utilizada para designar o avanço da produção agropecuária sobre o meio natural. Trata-se de uma região na qual as atividades capitalistas fazem frente com as grandes reservas florestais e áreas pouco povoadas. No Brasil, a fronteira agrícola, que antes se localizava na região do Cerrado, atualmente se encontra na região Norte, em contato com a Floresta Amazônica.

A Frente de Expansão é o primeiro processo de ocupação das áreas naturais, geralmente realizadas por pequenos produtores – normalmente voltados para a agricultura orgânica e familiar – sobre terrenos públicos no meio rural. Após dez anos de ocorrência dessa ocupação, esses produtores, ou posseiros, podem requerer a posse oficial de suas terras por meio do usucapião.

A Frente Pioneira representa o avanço dos grandes produtores rurais do agronegócio, que, ao contrário dos anteriormente citados, manifestam um modo de produção inteiramente capitalista, voltado para a produção comercial interna e para a exportação.

Diante desse avanço da fronteira agrícola, ocorrem três problemas principais: a devastação da vegetação, a concentração de terras e a questão da produção de alimentos.


Sistemas de Produção:

A Agricultura de Subsistência é uma modalidade que tem como principal objetivo a produção de alimentos para garantir a sobrevivência do agricultor, da sua família e da comunidade em que está inserido, ou seja, ela visa suprir as necessidades alimentares das famílias rurais.

A Agricultura Itinerante é aquela que desmata alguns trechos de florestas para, em seguida, atear fogo. Essa é uma maneira de “limpar” a área. São as chamadas queimadas. Essa é uma forma de preparar o terreno, sobretudo, para a agricultura de subsistência. A questão é que nessa prática, o terreno se torna fértil por 2 ou até 3 anos. Em seguida, o terreno é abandonado.

A Agricultura de Jardinagem é um tipo de agricultura de subsistência, cuja aplicação mais comum é realizada no sul do continente asiático. O clima de monções é basicamente caracterizado pela insurgência de duas estações principais ao longo do ano: uma muito chuvosa e intensa (monções de verão) e outra mais fria e seca com longa estiagem (monções de inverno).

Durante a época chuvosa, transforma-se o relevo acidentado da região em terraços ou realiza-se o plantio em curvas de nível, de modo a evitar a erosão causada pelo escoamento e reter, em maior grau, a água para infiltração. Dessa forma, conserva-se a produtividade do solo e evita-se a ocorrência de inundações pelo aumento da capacidade do solo em filtrar as águas das chuvas.

A Agricultura de Plantation é um modelo de produção agrícola baseado na monocultura, na exportação desses produtos e na utilização de grandes latifúndios. Esse sistema é uma maneira de cultivar comercialmente para o mercado externo, não considerando os interesses do país que é implantado, nem a sua economia.

A Agricultura Moderna é aquela em que o sucesso do processo depende do uso de tecnologia, acesso a recursos, gestão, investimento, características do mercado e apoio a nível governamental. Este tipo de prática permite um melhor controle dos fatores envolvidos nos processos de culturas agrícolas e pecuária.

A Agricultura Intensiva é praticada por propriedades ou localidades que conseguem explorar a terra por um longo espaço de tempo, tendo altos índices de produtividade e utilizando modernas técnicas e máquinas para melhor preparar o solo, bem como para o cultivo e a colheita. Normalmente este sistema permite que a produção seja comercializada para dentro e para fora do país, devido à sua grande produção.

A Agricultura Extensiva é utilizada em propriedades geralmente, mas não obrigatoriamente, menores, as quais fazem uso de técnicas comuns de cultivo do solo, mais rudimentares que as anteriormente citadas, exploram de maneira menos produtiva o solo de modo que não costumam comercializar constantemente aquilo que produzem.




Questões do ENEM sobre agropecuária:


01) “Todos sabem que a Primeira Revolução Verde ocorreu a partir de 1960 quando os geneticistas Norman Borlaug, norte-americano que recebeu o Prêmio Nobel trabalhando com trigo, e M. S. Swaminathan, indiano, trabalhando com arroz, conseguiram obter variedades de plantas de alta produtividade comparadas com outras da época. (…)

Agora, um importante artigo publicado pelo The Economist informa que uma Segunda Revolução Verde está em andamento diante da queda da produtividade, principalmente do arroz, que ocorre em países asiáticos por diversos motivos. Novas variedades foram e estão sendo desenvolvidas pelo IRRI – International Rice Research Institute nas Filipinas com diferentes finalidades. Algumas delas são resistentes às inundações, outras às secas, às salinidades ou aos calores extremos, problemas enfrentados pelos pequenos e pobres produtores asiáticos cuja renda procuram elevar. Além de melhorar seus nutrientes.

YOKOTA, P. Carta Capital, 19 maio de 2014. Adaptado.

No âmbito da produção agropecuária, o texto pode ser considerado como um indicativo do principal entre os objetivos da revolução verde, que é:

a) a geração de lucro para institutos de pesquisas agrícolas

b) o incremento da mão de obra no campo com o aumento da produtividade

c) produzir mais alimentos para combater a fome no mundo

d) garantir a variabilidade das espécias cultivadas no campo

e) incentivar a prática da agricultura orgânica alternativa.

GABARITO: Letra C.


02) Somada à produção voltada para o mercado interno está a expansão das culturas de exportação, via de regra financiadas com incentivos fiscais oriundos das políticas territoriais do Estado. Combinando mercado interno e externo, o Estado atuou no sentido de incrementar a produção, principalmente de grãos. A atuação do Estado brasileiro na atividade descrita ocasionou mudanças socioespaciais marcadas pela:

a) contenção do fluxo migratório.

b) alteração da estrutura fundiária.

c) priorização do abastecimento local.

d) reconfiguração da fronteira agrícola.

e) concentração da produção sustentável.

GABARITO: Letra D.




03)

Observe a tabela abaixo.


Tipos de estabelecimentos agropecuários e respectiva área de ocupação no Brasil, em 2006




Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.


Considere as afirmações abaixo, sobre a estrutura agrária brasileira.


I - A relação entre total de estabelecimentos e área ocupada pelas duas tipologias mostra a extrema concentração de terras no Brasil. II - A predominância de estabelecimentos de agricultura familiar demonstra equilibrada distribuição de terras no Brasil. III - A predominância de estabelecimentos familiares fica evidente pela ocupação de mais de 50% da área total dos estabelecimentos agropecuários.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e III.

e) I, II e III.

GABARITO: Letra A.


04) No Brasil, a agropecuária é um dos principais setores da economia, sendo uma das mais importantes atividades a impulsionar o crescimento do PIB nacional. Nesse contexto, o tipo de prática predominante é:

a) a agricultura familiar, com elevado emprego de tecnologias.

b) o agronegócio, com predomínio de latifúndios.

c) a agricultura sustentável, com práticas extrativistas.

d) a agricultura itinerante, com técnicas avançadas de cultivo.

GABARITO: Letra B.


05) O processo de concentração fundiária caminha junto à industrialização da agropecuária com predomínio de capitais. Sobre esse tema, assinale o que for incorreto:

a) O discurso de modernidade das elites tem contribuído para que a terra esteja concentrada nas mãos da grande maioria dos agricultores brasileiros.

b) Os pequenos agricultores não conseguem competir e são forçados a abandonar suas lavouras de subsistência e vender suas terras.

c) A intensa mecanização leva à redução do trabalho humano e à mudança nas relações de trabalho, com a especialização de funções e o aumento do trabalho assalariado e de diaristas.

d) As modificações na estrutura fundiária provocam desemprego no campo, intenso êxodo rural, além de aumentar o contingente de trabalhadores sem direito à terra e sua exclusão social.

GABARITO: Letra A.


Grupo: Luisa Viola, Maria Candida, Rodrigo, Tarsila, Giulia e Julia


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